Os dados preliminares do Censos 2021 revelam que a freguesia de Torre de Coelheiros foi a que perdeu a maior percentagem de população nos últimos 10 anos no concelho de Évora. A conhecida “terra de emigrantes”, tem menos menos 176 habitantes o que corresponde a menos 24,6% do total da população. Esta é a segunda maior descida do distrito, só superada por Capelins no Alandroal, que perdeu 24,7%.
O cenário de perda populacional acima dos 2 digitos atingiu quase todas as freguesias rurais do concelho.
Em São Manços/São Vicente do Pigeiro há menos 17,% de população;
em Nossa Senhora de Machede, menos 16,6%;
em São Sebastião da Giesteira/Boa-Fé, menos 14%
e em São Bento do Mato (Azaruja), menos 13,9.
Seguem-se São Miguel de Machede e Tourega/Guadalue com uma perda igual de menos 13,6%.
Apenas a Graça do Divor ficou fora deste grupo, com uma perda populacional de 4.3%, abaixo do total do concelho que foi de 5,4%.
Já em termos absolutos, a freguesia que perdeu maior número de residentes foi a Malagueira/Horta das Figueiras com menos 825 habitantes, sendo que tal corresponde a 3,7% da população.
Para o demografo da Universidade de Évora, Filipe Ribeiro, este declinio da populção não se explica apenas pela baixo número de nascimentos.
Baixa natalidade, elevada mortalidade e saída de população são os três motivos para o declinio populacional verificado nas freguesias de Évora. Com perdas de 10% da população, Filipe Ribeiro disse na DianaFm, que não conhece uma formula secreta para estancar o declinio populacional. Mas o este Professor de Demografia na Universidade de Évora fala na necessidade dos territórios serem mais atrativos para fixar a população.
Nos próximos anos deverá manter-se uma tendência de declínio, mas Filipe Ribeiro não acha que o Alentejo esteja à beira da extinção mas sim de um novo paradigma demográfico.
Entre 2011 e 2021, o concelho de Évora perdeu 3.028 residentes, passando dos 56.596, em 2011, para 53.568, em 2021. O declínio populacional no concelho não se verificava desde a década de 60.