O primeiro-ministro, António Costa, anunciou esta terça-feira que apresentou a demissão do cargo depois da abertura de um inquérito, pelo Supremo Tribunal de Justiça, à sua conduta nos negócios do lítio e hidrogénio verde.
No discurso António Costa afirmou que se dedicou de alma e coração a servir os portugueses e que estava disposto a cumprir o mandato até ao fim.
Quanto aos negócios do lítio e hidrogénio verde, António Costa disse estar “totalmente disponível para colaborar com a justiça”.
Aos portugueses, garantiu que não lhe pesa na consciência “a prática de qualquer ato ilícito ou sequer censurável” e que confia na justiça “e no seu funcionamento”.
De recordar que o Ministério Público (MP) e a Polícia de Segurança Pública (PSP) realizaram buscas, esta terça-feira, em vários pontos do país num processo que envolve várias pessoas, entre elas, o ministro das Infraestruturas, João Galamba e o empresário Diogo Lacerda Machado, conhecido como “o melhor amigo” de Costa.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou que o MP constituiu como arguidos o ministro das Infraestruturas e o presidente do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Nuno Lacasta, num inquérito relacionado com os negócios do lítio e hidrogénio verde. Também o primeiro-ministro é alvo de uma investigação autónoma do MP num inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça.
Existe ainda a confirmação da detenção de cinco pessoas, incluindo o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vitor Escária, e do presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas. Foi também detido um advogado, que será Diogo Lacerda Machado.