O arcebispo de Évora, D. José Alves, manifesta-se contra um referendo sobre a eutanásia e confessa que sente “arrepios” perante a possibilidade de a Assembleia da República votar a legalização da morte medicamente assistida.
“Causam-me alguns arrepios que a nossa Assembleia da República se rogue no direito de decidir um problema tão fundamental como é este, que é da vida das pessoas, ali nas quatro paredes de uma assembleia”, afirmou.
O prelado eborense falava aos jornalistas numa conferência de imprensa que serviu para a apresentação o Dia Mundial das Comunicações Sociais.
D. José Alves defende que “a vida não é referendável”, alegando que a sociedade não se pode “sujeitar a referendo” para dizer se uma pessoa pode ou não viver.
“Agora, porque eu me encontro paraplégico ou mesmo noutra situação, porque eu já estou em coma, a minha vida é objeto de um referendo para dizerem se eu hei-de viver ou não?”, questiona.
O arcebispo de Évora conclui que o referendo “não tem sentido”, realçando que “as pessoas todas têm o direito a viver e a sociedade deve fazer por elas tudo o que está ao seu alcance”.