Após dois anos de interregno, devido à pandemia de covid-19, o festival Artes à Rua está de regresso e retoma os já habituais diálogos interculturais.
Música, dança, teatro, performance, circo contemporâneo e artes visuais fazem parte do programa que, de 28 de julho a 14 de agosto, anima o espaço público da cidade de Évora, com um total de 52 espectáculos.
A programação resulta, em parte, de residências artísticas que unem artistas eborenses e criadores de várias disciplinas e nacionalidades.
Destes encontros, assentes no respeito pelas diferenças sociais, étnicas, sexuais, religiosas ou estéticas de cada um, que fazem do Artes à Rua um lugar de Paz, nasceram dois espectáculos que são estreias absolutas nesta quarta edição.
Revoada, o espetáculo de abertura, que terá lugar no dia 28 deste mês, pelas 21:30, é um exemplo da diversidade gravada no ADN do festival.
Num encontro entre o Alentejo e a África Austral, a cantora moçambicana Lenna Bahule, e músico alentejano da Raia, eborense por adoção, António Bexiga (Tó Zé), viajam no tempo e no espaço, unindo sons, histórias, memórias e tradições numa apresentação de voz, cordas, corpo e chão.
A segunda estreia resulta de uma residência artística que une Soukaina Fahsi e os Cantares de Évora com direção artística de Carlos Menezes, compositor e músico de Estremoz, eborense de adoção.
A magrebina de El Jadida, em Marrocos, e o grupo dedicado ao Cante Alentejano, Património Imaterial da Humanidade, darão expressão a um encontro entre as sonoridades sufi do Magreb e as polifonias modeladas no trabalho duro nos campos do Alentejo no dia 13 de agosto, também às 21:30.
De entre os grandes artistas nacionais em cartaz, destacam-se, entre outros, Maro, Club Makumba, Bateu Matou e Dino D’Santiago.