A adjudicação da construção do futuro Hospital Central do Alentejo pode acontecer dentro de semanas, mas isso não deixa tranquilo o presidente da Câmara de Évora.
Esta manhã, em conferência de imprensa, Carlos Pinto de Sá mostrou-se preocupado com um conjunto de questões relacionadas com a nova unidade hospitalar.
O autarca quer que o Governo dê agora prioridade a questões como “as infraestruturas de acessibilidades e redes de água, saneamento, gás, eletricidade e comunicações”.
Os terrenos dos futuros acessos da nova unidade hospitalar também “precisam de ser negociados ou expropriados” e isso “é algo que tem de ser tratado pelo Governo”, refere.
Na conferência de imprensa, foram apresentados pelo município os estudos prévios para as infraestruturas de acessibilidades, água e saneamento do novo hospital.
“Avançámos com os estudos prévios à nossa custa”, numa “perspetiva de boa vontade e colaboração”, realça, advertindo que, para os projetos de execução, “haverá necessidade” de o município obter “um conjunto de elementos técnicos” sobre o novo hospital.
O financiamento da construção das infraestruturas e acessibilidades também preocupa o autarca, que diz que o município está disponível para ter “um papel ativo”, incluindo a possibilidade de ser “dono da obra”.
“Tem que ser esclarecido e ficar claro de onde é que vem este dinheiro”, sublinha, notando que no atual programa Portugal 2020 “não há verbas para rede viária e infraestruturas deste tipo”.
Pinto de Sá reconhece que a autarquia e a Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo assinaram, em 2008, durante o anterior executivo PS, um acordo em que a câmara se responsabilizava pela construção dos acessos e infraestruturas.
“Esse contrato está ultrapassado. A cláusula 10 diz que o financiamento é feito no âmbito do QREN [então programa comunitário], que já não existe, e do Programa de Investimento e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC), que também já não existe”, afirma.
O autarca lamenta ainda que o grupo de trabalho proposto pelo município e que integrava também a ARS do Alentejo, o Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) e a Universidade de Évora nunca tenha funcionado.
O grupo de trabalho, disse, serviria para “tratar das questões das infraestruturas”, assim como do futuro da Escola de Enfermagem, que, atualmente, funciona junto ao HESE, e da “possibilidade de criação de um curso de medicina em Évora”.
Na conferência de imprensa, o presidente da Câmara de Évora indicou que já pediu uma reunião à ministra da Saúde, Marta Temido, para abordar questões sobre o novo Hospital Central do Alentejo, a construir em Évora.