A líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, defendeu que o Estado deve intervir na fábrica de painéis solares de Moura, cuja administração anunciou recentemente o seu encerramento definitivo.
Catarina Martins encontrou-se esta manhã com trabalhadores da MFS – Moura Fábrica Solar, do grupo espanhol ACCIONA, e com o presidente da câmara municipal.
“A solução pode passar pela intervenção pública direta para manter a produção de painéis solares em Moura, estes 100 empregos, a capacidade produtiva instalada e para não desperdiçarmos o conhecimento destes trabalhadores”, afirmou.
Catarina Martins considerou que o encerramento da fábrica e consequente o despedimento coletivo é “um contrassenso”, dado que o país tem vindo a anunciar “investimentos avultados na energia solar para corresponder as exigências da descarbonização da economia”.
“Precisando nós de investir em energia renovável, de descarbonizar a economia, que é uma urgência, as alterações do clima estão aí e o país não pode esperar, estes investimentos têm de ser feitos, mas vamos fazê-los com emprego aqui ou comprando tudo à China”, questionou, respondendo, logo a seguir, que “deve haver emprego em Portugal”.
“Se o dinheiro é para ser investido em energia solar que seja investido aqui e não nos digam que pode ficar mais barato comprar os painéis solares lá fora, porque isso é de quem está a fazer a conta pela metade, porque onde houver desemprego há mais despesa social do Estado”, acrescentou.
Inaugurada em 2006, a MFS, que tinha gestão chinesa, era a maior unidade industrial do concelho e empregava 105 funcionários.
Os responsáveis dizem que a unidade fechou por não ter viabilidade económica.