O Cendrev justifica a criação de uma nova associação cultural para poder candidatar a financiamento estatal a Bienal Internacional de Marionetas de Évora (BIME).
As justificações da companhia surgem, em comunicado, intitulado “A razão das coisas”, depois de a oposição na Câmara de Évora ter acusado a gestão CDU de “falta de transparência”.
Bloco de Esquerda, PSD e PS têm manifestado dúvidas sobre o ajuste direto, no valor de 10 mil euros, à Domínio Afirmativo – Associação Cultural para a realização de um espetáculo teatral.
Em causa está o facto de a associação ter sido criada por dois elementos do Cendrev e ter o mesmo objeto de intervenção que a própria companhia e sede no teatro municipal.
O Cendrev, em comunicado, diz que a criação da nova associação “adveio da circunstância de não nos podermos candidatar a um financiamento da Direção-Geral das Artes (DGArtes) para a realização da BIME em nome do Cendrev”.
No texto, o Cendrev lembrou que a BIME “não se realizou em 2015 e 2017, por falta de financiamento”, vincando que “outros festivais similares recebem financiamento da DGArtes”, o que aplaude, mas recusou que a bienal “não seja também considerada” nesses apoios.
“Não podemos deixar apagar esta iniciativa, intimamente ligada e impulsionada pelos Bonecos de Santo Aleixo desde 1987, do calendário cultural da cidade Património Mundial”, referiu a companhia, sublinhando que a BIME é “um festival de referência na área do teatro de marionetas”.
O Cendrev notou que, apesar das “dificuldades”, tem cumprindo “com todo o rigor as suas obrigações”, quer “na gestão e preservação do Teatro Garcia de Resende”, onde desenvolve uma parte da sua atividade, quer “na intervenção cultural”.