A Câmara de Évora contratou uma associação cultural, recentemente criada, para a realização de um espetáculo teatral, mas o contrato está a levantar um coro de críticas na oposição.
Em causa está o alegado ajuste direto, no valor de 10 mil euros, à Domínio Cultural – Associação Cultural, que tem sede no Teatro Municipal Garcia de Resende.
Esta associação foi criada pelo presidente da União das Freguesias da Malagueira e Horta das Figueiras, José Russo, eleito pela CDU, e diretor do Cendrev e por outras pessoas ligadas à companhia.
O caso foi levantado, inicialmente, pelo deputado municipal do Bloco de Esquerda Bruno Martins nas redes sociais.
Os vereadores do PS Elsa Teigão e do PSD António Costa da Silva já questionaram a gestão CDU do município sobre o contrato, por considerarem o processo “pouco transparente”.
Também no programa Praça do Município, o tema foi abordado pelos deputados municipais Bruno Martins, do Bloco de Esquerda, e Nuno Alas, do PSD.
“Os militantes da CDU não estão proibidos de ter associações e de participar em concursos, mas estamos a falar de uma associação criada por dois elementos que fazem parte do Cendrev, um deles presidente de junta. Portanto, criam uma associação com o mesmo objeto social que o Cendrev, recebem logo um apoio da câmara e, ainda por cima, é uma associação com sede no Teatro Municipal Garcia de Resende, no mesmo sítio do Cendrev”, afirma Bruno Martins.
Já Nuno Alas deu “nota negativa” à gestão CDU do município por causa da “contratação de serviços para uma peça teatro a uma associação que tinha sido recentemente constituída, com pessoas ligadas ao PCP e à CDU”, considerando que “a cultura não se compra por ajuste diretos”.
Contactado pela DianaFM, o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, disse estar a recolher elementos e remeteu para mais tarde uma declaração sobre o assunto.