Crise: Portugal tem mais tempo para cumprir défice com o mesmo dinheiro
Quarta-feira, 12 Setembro 2012
Nacional
O adiamento por um ano do prazo para cumprimento do défice para 2,5 por cento em 2014, foi uma das novidades anunciadas ontem pelo ministro das Finanças.
Na conferência de imprensa de apresentação das conclusões da ‘troika’ à quinta avaliação do programa de ajustamento, Vítor Gaspar revelou que Portugal tinha “passado no exame”.
No entanto, o governante explicou que será necessário aumentar a austeridade e anunciou um novo pacote de medidas.
Das que foram divulgadas, destacam-se a redução das reformas acima de 1500 euros, a redução dos escalões do IRS, implicando um acréscimo do pagamento médio dos cidadãos e o aumento de tributação dos imóveis considerados de luxo acima de um milhão de euros.
Vítor Gaspar reiterou que a redução no vencimento anual da função pública é temporária e que vai aumentar para 26,5 por cento a taxa que incide sobre os dividendos financeiros, o que inclui os depósitos a prazo.
O ministro das Finanças disse ainda que será acelerada a redução do número de funcionários públicos no próximo ano, nomeadamente dos contratados a prazo, além de estar previsto um alargamento do programa de privatizações das empresas públicas.
À noite, o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, garantiu que as medidas anunciadas “são suficientes”.
Nesta entrevista à SIC, o ministro explicou que vai ser criado um mecanismo para garantir que as empresas vão aplicar as verbas que poupam com a taxa social única no investimento e na criação de emprego e não em dividendos aos accionistas.
Junto ao edifício do canal de Carnaxide, concentram-se vários manifestantes com palavras de ordem contra o ministro e o Governo e as novas medidas de austeridade anunciadas esta tarde.