O escultor João Cutileiro foi homenageado com a atribuição da medalha de mérito cultural e na mesma cerimónia foi formalizada a doação de parte do seu espólio e casa-ateliê ao Estado.
Foi a concretização de uma intenção que o artista, atualmente com 81 anos e fisicamente debilitado, começou a manifestar há quase cinco anos.
Mas, como o próprio admitiu aos jornalistas, “é muito chato doar uma coisa ao Estado”, por dar “muito trabalho” e devido à “burocracia”, enaltecendo o empenho da Direção Regional de Cultura do Alentejo.
Cutileiro sublinhou que “uma das razões” pelas quais fez a doação foi para se “poder ver livre” das obras, porque, caso não o fizesse, os seus filhos “ficavam encravados e não faziam mais nada na vida”.
No final da cerimónia, a qual contou com a presença de várias dezenas de pessoas, de entre as quais vários artistas, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, afirmou que a doação do escultor João Cutileiro vai permitir “projetar-se o futuro”.
A sua casa-ateliê, localizada em Évora, disse, vai receber “residências artísticas” e vai ter “ateliês abertos para alunos, professores e investigadores nacionais e estrangeiros”, referindo que o arquivo do escultor “vai permitir também que novos trabalhos se desenvolvam”.
A ministra considerou que este “é um projeto extraordinário de uma homenagem justa a um grande artista português”, sustentando que João Cutileiro “tem uma longa carreira nas artes plásticas” e “é um dos grandes escultores do século XX”.
A dinamização da casa-ateliê de João Cutileiro e de parte do seu espólio (mais de 700 obras) vai juntar em parceria o Ministério da Cultura, a Câmara de Évora e a Universidade de Évora.
A medalha de mérito cultural foi atribuída pela ministra da Cultura.
