O novo coronavírus chegou, mudou o mundo como o conhecíamos e alterou a realidade da vida de milhões de pessoas.
A atual pandemia de covid-19 e consequentes confinamentos têm um impacto em muitos aspetos da vida das pessoas, desde as rotinas do quotidiano ao bem-estar e saúde mental.
E parece que do primeiro para o segundo confinamento existem algumas diferenças no que diz respeito aos pedidos de ajuda por parte da população.
“Tive poucas pessoas ou nenhumas no primeiro confinamento com casos ligados à pandemia, pois acho que ainda havia forças para reagir”, diz o psicólogo Carlos Falcão.
“Contudo, neste segundo confinamento, começam a aparecer casos de ataques de pânico, alguns casos de depressão, mas o que é predominante são os quadros de ansiedade, nomeadamente o pânico”, realça.
O pânico surge porque as pessoas “têm medo de morrer, têm medo de algum familiar morrer, têm medo de apanhar a doença”, entre outros motivos.
A ansiedade e a depressão são questões, que hoje em dia, afetam muito a vida dos portugueses e muitos não sabem como lidar com estas duas questões.
Então, Carlos Falcão dá uma dica à Diana FM para ajudar a combater estes dois transtornos que caminham de mãos dadas.
“Partindo do princípio que é real de que não são as situações que provocam a minha tristeza ou o meu medo, mas sim o que eu penso dessas situações, então uma forma de combater quer a ansiedade, quer a depressão, pode ser a distração”, refere.
Para além da dica, o psicólogo deixa ainda um alerta.
“Aquilo que muitas vezes reparo que provoca mais ansiedade é o excesso de informação, pois as pessoas são todos os dias bombardeadas com informações sobre o covid-19, como por exemplo número de mortos, número de infetados, entre outros números”.
“Ou seja, as pessoas vivem intensamente a doença e estão em permanente estado de alerta”.
O mundo dá voltas, o tempo passa e as mentalidades mudam.
O preconceito e a vergonha de se dizer que se vai ao psicólogo ou ao psiquiatra tem vindo a diluir-se.
“As pessoas aceitam, que, por vezes, precisam de ajuda e pedir ajuda não quer dizer que estejam doidas”, afirma Carlos Falcão, que revela que, atualmente, a maioria dos seus pacientes são pessoas dos 30 anos para cima com predominância para o sexo feminino.
A pandemia de covid-19 parece não querer dar tréguas, mas se um dia este bicho desaparecer a realidade da população vai voltar a alterar-se.
E Carlos Falcão sublinha: “se isto acabar as pessoas vão retomar com relativa rapidez o seu estado normal e retornam à vida normal”.
“Já os casos mais graves, esses, terão de ter acompanhamento psicoterapêutico ou psiquiátrico, depende da gravidade”, assinala.
Atualmente, devido a mais um confinamento, há muitos pedidos de ajuda e, segundo o psicólogo Carlos Falcão, a saúde mental é indispensável.