Faz hoje um ano que a estrada entre Borba e Vila Viçosa colapsou para dentro de duas pedreiras, fazendo cinco mortos.
Numa conversa com jornalistas, o presidente da Câmara de Borba, António Anselmo, disse que se tivesse tido “a informação correta e por escrito” sobre os perigos tinha a mandado fechar a estrada.
“Depois do que se passou, toda a gente sabe de pedreiras, toda a gente sabe de estradas. Qualquer presidente de câmara com informação escrita não fechava a estrada?! Claro que fechava, mas tinha que haver uma informação escrita e correta”, frisou.
O autarca lembrou o levantamento feito pelo Ministério do Ambiente às pedreiras após o acidente e afirmou que “foi preciso a tragédia e morrerem cinco pessoas para se desencadear um processo que deveria ter sido feito há muito tempo”.
“Ficámos pasmados com os números, não só no Alentejo, como em todo o país. A partir dessa altura, por determinação do Conselho de Ministro, a Empresa de Desenvolvimento Mineiro fez a sinalização dos caminhos e pedreiras em risco e é o que estamos a fazer em Borba, Estremoz e Vila Viçosa”, referiu.
O autarca assinalou o drama vivido pelas populações com a tragédia e elogiou o desempenho dos operacionais envolvidos no resgate dos corpos.
Quanto ao futuro do via, que permanece interdita, o presidente do município revelou que já reuniu com o Governo sobre o assunto, mas refere que, para já, ainda não há uma decisão.
“Há quem pense em reconstrução, há pense num tipo de passadiço muito grande que permita a circulação de pessoas e bicicletas, enfim, vamos ver, mas eu estou convencido que tem que haver uma solução” e que “o Governo está atento”. afirmou.
Mas, esta segunda-feira, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, afirmou não há condições para reabrir em segurança a estrada.
Sobre o processo judicial, o autarca disse nada saber.
O Ministério Público divulgou recentemente que constituiu nove arguido, um deles uma pessoa coletiva, no âmbito do inquérito que investiga o acidente, mas não divulgou suas as identidades.