A coboiada continua. Hoje, reúne de novo a comissão promotora do desfile do 25 de Abril na avenida da Liberdade. “Tudo está em aberto”, disse, ao Público, Vasco Lourenço, que convocou a reunião para “exigir que todos assumam as responsabilidades pelos seus actos”. Sim, porque ele, até era contra a exclusão da IL e do Volt mas, como porta-voz, acabou por ficar com o odioso, ao transmitir a decisão colectiva.
Mas, quem quis afinal servir-se da desculpa pandémica para afastar os intrusos? Bom, vejamos as declarações de voto: a líder do grupo parlamentar do PS, acusou a Associação 25 de Abril de “falta de sensibilidade” e “inabilidade política” e negou ter havido uma deliberação dos promotores; o BE jura que “não passa pela cabeça de ninguém” excluir ou barrar a porta a quem queira celebrar o 25 de Abril; o PCP começou por dizer “sejam bem-vindos, aqueles que vierem por bem” – embora ontem, em comunicado, denuncie “acções provocatórias de natureza fascizante”.
Resta-nos perceber, então, que outros membros da comissão estarão na origem da atitude discriminatória. Ponho algumas hipóteses: seria o MPPM (movimento pelos direitos do povo palestino e pela paz no médio oriente)? Seria a Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto? ou a Consciência Negra? Ou o Conselho Nacional da Juventude? Ou a URAP (união nacional dos resistentes anti-fascistas)? Seria a Associação Projecto Ruído? ou as juventudes, socialista, bloquista ou comunista? Ou ainda a Frente Anti-Racista?
Hoje se saberá, quase aposto, que a esmagadora maioria destas e de outras organizações que integram a comissão promotora são, afinal, a favor da integração dos partidos que por lapso de comunicação se sentiram excluídos.