“A Construção de um Orçamento”, terceiro episódio. Marcelo, que recebeu todos os partidos, todos ouviu e, no sábado, na Cidadela de Cascais, declarou que a aprovação do OE é uma decisão dos partidos e que o Presidente não se pode substituir aos partidos. Disse mais, “o Presidente, agora, o que tinha a fazer fez: preveniu em público, preveniu em privado. Agora espera”. E, de facto, esperou. Durante o fim-de-semana não lhe arrancaram uma palavra sobre a matéria.
Entretanto, Catarina, dizendo-se farta de enganos, exige de António um compromisso escrito e este, aparentemente submisso, pede-lhe que seja ela a pôr tudo no papel, sem lhe pedir, ao menos, que faça as contas no Excel. Esta jogada põe Jerónimo de sobreaviso. Será que Catarina e António se vão, desta vez, entender e dar-nos a oportunidade de romper os laços que nos vêm estrangulando?
Ontem, segunda-feira, Marcelo está em Braga e não consegue manter a promessa de silêncio. Fala da Bazuca mas acaba, segundo o Observador, por referir o possível chumbo do OE, “que daria lugar possivelmente a eleições antecipadas.” A seguir, Marcelo, num discurso 100% lapalissiano, discorre: “As eleições fazem parte da democracia. Quando ocorrem em calendários previstos, devem ocorrer. Quando não ocorrem, é mau sinal. Quando ocorrem quando não devem ocorrer, não é bom sinal, não é desejável”.
Por seu lado, António, acusado, pelos seus companheiros geringonceiros, de não dar a mínima saída às suas pretensões, faz coro com Marcelo: – Provocarem eleições antecipadas? Seria completamente irracional.
Hoje, o próprio António irá ao encontro de Catarina, quiçá pedir-lhe que seja racional, mas isso já é cena do próximo capítulo.