Os migrantes e refugiados deixaram há muito de preencher os noticiários.
Como se o problema não existisse.
Os fluxos migratórios continuam a ser um sério problema em termos mundiais, e não deixaram de acontecer em grande escala pela União Europeia ter conseguido que alguns países, com quem possui fronteiras, funcionem como países tampão para travar fluxos migratórios com destino para a União Europeia.
Contudo, a fronteira de Marrocos com Espanha, em Ceuta, foi recentemente invadida por vários milhares de migrantes, a maioria de nacionalidade marroquina, que entraram ilegalmente em território espanhol com a conivência das autoridades marroquinas que nada fizeram para impedir esta ofensiva.
Até pode ter sido por represália que Marrocos procedeu desta forma.
Ainda assim, o problema dos fluxos migratórios e das redes clandestinas de migrantes veio novamente para as primeiras páginas dos noticiários.
Pese embora praticamente a totalidade dos migrantes que entraram ilegalmente em território espanhol tenham sido repatriados, subsistem em Ceuta várias centenas de crianças e adolescentes para as quais a Europa terá que saber dar resposta, sobretudo por razões humanitárias, mas também porque a Europa deve ser um espaço territorial de solidariedade e de esperança.
A problemática dos fluxos migratórios tem sido uma matéria fraturante na Europa, responsável pelo crescimento dos partidos mais radicais, à esquerda e à direita, pela perda da União, por diferendos regionais.
O certo é que a Europa necessita dos migrantes enquanto força de trabalho, e também como fator de rejuvenescimento da população.
Para Portugal serão um fator de equilíbrio, essencial para o desenvolvimento económico do país, fundamental para criar um efeito de rejuvenescimento na população. Portugal é um país envelhecido. Somos o 5º país do mundo mais envelhecido.
Esta triste posição também deriva da quase completa inexistência de políticas públicas eficazes que, ao longo dos anos, tivessem atacado o problema.
Somos um país demasiadamente envelhecido porque ficámos anos à espera que o envelhecimento da população estancasse como que por milagre. Evidentemente tal não aconteceu. Naturalmente que o problema se tem agravado ano após ano.
Infelizmente Portugal tem tido demasiados Governos Avestruz.
Para os migrantes a Europa será sempre uma luz. Para muitos países que integram a União Europeia os migrantes serão um dos suportes do seu futuro.
Até para a semana
Rui Mendes