Poderemos dizer que esta foi a semana europeia.
As lideranças chegaram a acordo sobre quem vai ocupar os cargos topo da União Europeia.
Para Presidente da Comissão Europeia está designada a alemã Ursula von der Leyen, sucedendo a Jean Claude Junker. Sendo originária da família democrata-cristã oferece garantias de uma Europa mais humanista, mais social e economicamente mais forte.
Para Presidente do Conselho Europeu a escolha recaiu sobre o belga Charles Michel, o qual irá substituir a Donald Tusk. Terá sido uma escolha de alguém que sabe lidar com diferentes sensibilidades, porquanto ocupava o cargo de primeiro-ministro belga, país em que é fundamental gerir equilíbrios face às suas divisões.
Para a presidência do Banco Central Europeu está indicada Christine Lagarde, alguém que nos é bastante familiar pela função exercida no FMI. Terá que saber gerir o legado do italiano Mario Draghi, que segurou a moeda europeia através da injeção de liquidez na zona euro, com incentivo à concessão de crédito e gerando assim o crescimento da economia. Formula que terá que ter o seu fim.
Será muito provavelmente na era Lagarde que iremos assistir ao fim dos juros negativos e redução de liquidez no sistema, com consequências directas na vida de cada cidadão. Não será de todo uma tarefa fácil a que está destinada a Christine Lagarde.
A Europa bem precisa de um BCE com visão de estabilidade e crescimento económico.
Também esta semana deu-se a tomada de posse dos novos deputados europeus.
Para Presidente do Parlamento Europeu foi eleito, à segunda volta, com 345 votos o italiano David Sassoli, o qual integra o grupo socialista, cargo que deverá ocupar por dois anos e meio, passando posteriormente a presidência.
Queremos acreditar que os novos atores europeus saberão escolher os caminhos que melhor defendam os objectivos e os valores que construíram o projecto europeu.
António Costa que defendeu um nome socialista para a Presidência da Comissão perdeu em toda a linha.
É que a Europa não é Portugal. Pensou que conseguia uma manobrar como fez em Portugal, mas a coisa não funcionou.
Esta semana em Portugal foi mais uma semana de greves e desacertos, algo que já nos vamos habituando tal é a frequências destas ocorrências.
Registe-se é a tolerância que o povo tem para os erros da governação socialista, a qual é manifestamente maior do que a demonstrada com o anterior governo, pese embora as sondagens mostrem uma tendência de descida das intenções de voto nos socialistas, o que não deixa de ser um sinal positivo.
Até para a semana
Rui Mendes