Um estudo, realizado em dez países, com diferentes graus de desenvolvimento, e pré-publicado ontem na revista Lancet, diz-nos – segundo o Público – que quase seis em cada dez jovens (entre os 16 e os 25 anos) estão muito ou extremamente preocupados com a “crise climática”. Diz-nos mais, que os jovens portugueses são dos mais preocupados, que oito em cada 10 acham o futuro “assustador” e que “quase dois terços acreditam que o mundo está condenado.” Não admira, pois, que 37% estejam “reticentes em ter filhos.”
A mensagem para o ministro do Ambiente e para o primeiro-ministro é que 62% dos jovens portugueses, diz o estudo, consideram que “o Governo está a trair esta geração e as próximas.”
Parece então que a visão apocalíptica da Greta, se espalhou pela juventude de países tão diferentes como o Brasil, a França, a Austrália, os EUA, a Índia, a Nigéria ou Portugal. Com ela, espalhou-se, obviamente, a ansiedade e a desesperança face ao futuro. Ora, talvez o alarmismo climático não seja a melhor forma de sensibilizar as novas gerações para melhorar a interacção da espécie humana com o planeta.
Curiosamente, em paralelo com o aparecimento, nas últimas décadas, do cientista social-activista, que insiste em curar todas as maleitas da sociedade, nem que seja à força, vimos surgir o cientista ambiental e climático, demasiado activista, que nos grita que o fim do mundo está ao virar da esquina. Precisamos de menos desespero e mais fé nas nossas capacidades.