A infecção do Dia do Exército

Nota à la Minuta
Segunda-feira, 25 Outubro 2021
A infecção do Dia do Exército
  • Alberto Magalhães

Domingo. Dia do Exército, comemorado em Aveiro. A manobra reaccionária põe-se em marcha. O boato está lançado: o CEME decidiu acabar com os cânticos e marchas próprios das forças especiais, no caso, proibiu os paraquedistas de marchar entoando o Hino Pátria Mãe (“Ó Pátria Mãe, por ti dou a vida, há sempre alguém que não te quer perdida”).

Com esse pretexto, um bando de nacionalistas ultra-direitistas, disfarçados de paraquedistas, apupa o Ministro da Defesa e pede a demissão do CEME. No fim da cerimónia, o ministro recusa-se a comentar, mas o seu ministério, mais tarde, esclarece que João Cravinho não fora informado da proibição.

O Presidente Marcelo, por ser o Comandante Supremo das Forças Armadas, tratou imediatamente de se informar e garantiram-lhe que “não houve proibição nenhuma, continuará a haver os cânticos, o que houve é que foi dada – por razões meramente de medida sanitária – uma orientação para que não existissem, nesta cerimónia; não como regra geral”, o que aliás acharia estranho, não faria sentido e felizmente não ocorreu”, acrescentou, sibilino, como quem transmite uma orientação peremptória ao CEME.

Em resumo, um bando de negacionistas, mascarados de paraquedistas, aproveitaram o facto do plano de contingência do Exército, de combate à Covid-19, impedir os cânticos patrióticos e a marcha à paraquedista, que poderiam expor as briosas tropas ao coronavírus, para causar tumulto antidemocrático, com laivos de sedição militar.

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