Os fazedores de opinião contratados pelos principais meios de comunicação portugueses, numa medida importante, pagos com o dinheiro de todos cuja origem está no orçamento do Estado, salvo raras exceções não deram a importância devida à Intervenção do Serviço de Informações de Segurança, na recuperação do “malfadado” computador na posse do assessor do Dr. João Galamba.
O país, pensava eu, seria completamente intolerante às tentativas com vista à diminuição dos direitos fundamentais em virtude dos 48 anos que durou o regime do Estado Novo. Porém, a atuação do SIS no caso do assessor do ministério das infraestruturas, criou em mim a convicção contrária: o país, na sua maioria, ou está alheado, ou não vê que venha grande mal ao mundo que um serviço de segurança sob a tutela indireta do primeiro-ministro intervenha em assuntos eminentemente políticos.
Sei que aqueles que apoiam o governo socialista vêm a terreiro defender a tese de que a existência de um documento classificado, será causa de justificação. O certo é que o computador em questão estava afeto ao uso do referido assessor, então, por que razão o ministro de um momento para o outro deixo de reconhecer competência a alguém que estava há alguns anos no ministério que tutela.
Tudo isto é demasiado rocambolesco para podermos reconhecer credibilidade a esta gente. O ministro, a tutela direta do SIS, todos, andaram muito mal. Porventura, a atuação não tenha cobertura legal, mas pior do que a alegada ilegalidade, é a irresponsabilidade política. Essa, ficará para as calendas gregas. Pergunto, pois, como é que um país com instituições descredibilizadas poderá progredir? Estou muito pessimista.