Há dois anos estaríamos todos, ou quase todos, a preparar as nossas agendas no sentido de encontrarmos um espaço para uma ida à Feira de S. João. Porém, esta malvada pandemia veio retirar esse prazer a todos nós.
Na verdade, ainda acalentei esperanças na possibilidade da realização da Feira de S. João com o recurso a uma planificação aturada e dentro das regras emanadas pela Saúde Pública, mas o contexto de saúde pública atual veio confirmar que a decisão tomada foi a mais acertada.
Quando o assunto foi levado a reunião de câmara abstive-me porque há três meses, em minha opinião, era prematuro uma tomada de decisão definitiva com tantas implicações para tantas pessoas e instituições. Fiz, a este propósito, uma declaração de voto que poderá ser lida no site da Câmara Municipal.
Contudo, não sendo eu um técnico da matéria, muito menos especialista em saúde pública e em pandemias, impunha-se, no entanto, uma avaliação mais apurada da conjuntura pandémica. O mais fácil foi optar pela não realização, o mais difícil seria há três meses ter-se suspendido a decisão e tomá-la mais tarde. Ou mesmo, colocar a hipótese da realização da feira depois das férias escolares. Seria viável, não sei. Sei, no entanto, que não se ponderou esta possibilidade.
Por outro lado, não descuro nem deixo de dar importância, por que as notícias disso fazem manchete nos vários órgãos de comunicação social, de que a nova estirpe denominada de “delta” é muito contagiosa e já é causa de 60% das infeções registadas na região de Lisboa e Vale do Tejo.
Por isso, a pergunta que talvez se imponha fazer, é se as medidas tomadas pelo governo são as adequadas à realidade em que vivemos, bem como se os concelhos com baixa ou moderada incidência deverão tomar medidas no sentido de mitigarem a expansão desta estirpe. No passado as decisões fora do tempo resultaram na mortandade que todos conhecemos. Não podemos querer resultados diferentes tomando as mesmas decisões…
