Acção radical gera reacção radical

Nota à la Minuta
Quarta-feira, 10 Novembro 2021
Acção radical gera reacção radical
  • Alberto Magalhães

Há cerca de um ano, a propósito da vitória de Joe Biden, eu dizia aqui que só um terramoto pandémico tinha conseguido “criar uma hipótese razoável do candidato democrata ganhar a Presidência dos EUA”. Isto mercê da transformação do partido Democrático num mosaico de minorias tomadas de “exacerbação identitária”.

Agora, nas recentes eleições na Virgínia, o candidato republicano, Glenn Youngkin, venceu surpreendentemente a corrida para Governador, num estado onde Biden ganhara facilmente. Parece que a reviravolta se deu quando apontou baterias para a doutrinação feita nas escolas com base no que chamou “teoria crítica da raça”. Pior, perante a preocupação que isto provocou em muitos pais, o candidato democrata, Terry McAuliffe, cometeu a asneira de dizer que os pais não deviam intrometer-se no que as escolas ensinam. Já em Nova Jersey, outro estado onde Joe Biden tinha ganhado bem, o candidato democrata conseguiu vencer, mas por uma margem mínima.

Enquanto isto, em Seattle, a agência responsável pela educação decretou que a matemática ensinada nas escolas foi criada para brancos e prejudicava os alunos de cor e em São Francisco, uma escola decretava que, afinal, Abraham Lincoln, não passou de um supremacista branco, donde se conclui que os democratas mais radicais andam a fazer a cama onde Trump se há-de deitar.

Nós, por cá, temos nas livrarias o sucesso da escritora Reni Eddo-Lodge, com o saboroso e belicoso título “Porque deixei de falar com brancos sobre raça”, com prefácio de Mamadou Ba. Espero que nunca venha a ser leitura obrigatória na aula de ‘Educação para a Cidadania.”

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