Bem! Aparentemente, Pablo Iglesias – tendo perdido sete deputados – acaba por atingir o objectivo que há tanto tempo perseguia: ser vice-presidente do governo de Espanha. Pedro Sánchez, que teimou durante meses não lhe fazer a vontade, teve de ceder. Também porque Iglesias se contentou, por agora, com o seu lugar no governo, deixando cair a exigência de outros ministérios. Quer para o PSOE quer para o Unidas Podemos não interessa absolutamente nada um novo impasse e umas novas eleições.
Claro que o pacto que ontem tiveram, ambos, de engolir a contragosto, por si só, não garante a possibilidade de formarem um governo viável. Juntos têm 155 deputados. Para a maioria absoluta faltam-lhes 21 votos. A oposição de direita, contando com os dois parlamentares de Navarra, fica com 151. Sobram o Más País, com 3 deputados dissidentes do Podemos, e os partidos das autonomias, incluindo os independentistas.
Contas feitas, percebe-se que não vai ser fácil o governo passar sem cedências aos independentistas catalães (Esquerda Republicana de Junquera, preso, e Juntos pela Catalunha, de Puidjmont, exilado), que somam 21 deputados. Veremos o que fará Sánchez.
Nota breve: Certamente depois de intensa reflexão sobre a Igualdade, a esquerda parlamentar acabou por concluir o óbvio. Se o PAN, na anterior legislatura, tinha um minuto e meio para falar nos debates quinzenais, os três novos partidos não poderiam ter menos que isso. Esforçada mas abençoada reflexão.