Ontem, o primeiro-ministro António Costa encheu os ecrãs televisivos. Primeiro, numa extensa conferência de imprensa, depois, numa entrevista a um canal. Tudo para anunciar uma série de instrumentos, com que o governo pretende amortecer a grave crise económica anunciada, consequência das medidas tomadas para contenção da pandemia de covid-19.
2500 milhões para financiar o novo layoff, para além de um complemento salarial até 350 euros, para quem esteve em layoff simplificado; cerca de 1300 euros para trabalhadores da cultura, mais os 30 milhões, já antes anunciados, para apoio à programação cultural autárquica; cerca de 520 milhões para pequenas obras, como tirar o amianto das escolas ou criar faixas sem combustível nas florestas, para prevenir incêndios; aumento de seis para 13 mil milhões de euros nas linhas de crédito às empresas; 2000 milhões para reforçar os seguros de crédito às empresas exportadoras; e criação, há muito esperada, de um Banco de Investimento, são alguns dos compromissos avançados pelo chefe do Governo.
Estas despesas e investimentos constarão já do orçamento suplementar que, dentro em breve, será discutido na Assembleia da República. Entretanto, esta semana tem sido dominada pela apresentação, no Expresso de sábado passado, do Eng.º António Costa Silva como ‘paraministro’ para a negociação do plano de retoma da economia, a ter em conta já na elaboração do orçamento de Estado para 2021. Na minha opinião, o presidente da Partex e professor no IST, merecia uma apresentação mais adequada, como consultor do Governo para a definição de linhas fundamentais de desenvolvimento do país na próxima década.