Grosso modo, dizem-nos que o género é a parte socialmente construída da masculinidade e da feminilidade. Dizem-nos que se os meninos geralmente preferem brincar com carrinhos e as meninas com bonecas, tal se deve à existência de estereótipos sociais que os orientam nessas escolhas desde muito cedo.
Dizem-nos, portanto, que as diferenças de gostos, atitudes e comportamentos, entre machos e fêmeas da espécie humana, pouco têm a ver com diferenças biológicas, podendo mudar ao sabor da cultura. Até nos dizem que a atracção exclusiva por membros do sexo oposto pode ser fruto de uma repressão social homofóbica.
Mas, também nos dizem que há excepções a esta possibilidade universal de aprender e desaprender preferências relacionadas com o sexo. Veja-se o seguinte caso: se um homem se sente homem, com gostos de homem, e uma mulher se sente feminina, com gostos femininos, como acontece à maioria das pessoas, é porque foram educados, ou melhor, condicionados para isso, mercê da imposição patriarcal de estereótipos de género.
Mas, paradoxalmente, se um homem se sente uma mulher, com gostos femininos, aprisionada num corpo de homem, já o caso muda de figura – dizem-nos – pois não há hipótese, nesse caso, de aprender ou desaprender, a sincronizar o sexo do corpo com o da alma.
Sobre a igualdade de género haverei de falar.