As eleições madeirenses

Nota à la Minuta
Segunda-feira, 25 Setembro 2023
As eleições madeirenses
  • Alberto Magalhães

Se tivesse dúvidas sobre a capacidade criativa dos seres humanos, sobretudo quando são políticos levados a interpretar os seus resultados e os dos seus rivais, no calor de uma noite eleitoral, as eleições de ontem, na Madeira, dissipá-las-iam por completo.

Comecemos por Sérgio Gonçalves, cabeça de lista do PS que viu o partido passar de 19 para 11 deputados regionais, alcançando 21,3% dos votos contra os 43,1% da coligação PSD/CDS, liderada por Miguel Albuquerque. Afirmou convicto que “os madeirenses não optaram por esta maioria”, não lhe deram a maioria absoluta e Albuquerque devia demitir-se de imediato, conforme, aliás, prometeu. Não lhe passou pela cabeça que, tendo obtido uma parca minoria, deveria igualmente apressar-se a apresentar a demissão de líder regional do PS.

A CDU rejubilou porque, havendo quem desejasse o seu fim, conseguira aumentar a votação e manter o seu deputado. O PAN e o BE mostraram-se muito felizes por voltarem a ter um deputado regional e a IL por ter ganho o seu primeiro representante madeirense. O Chega, esse, empertigou-se por se estrear logo com quatro, embora ficasse em 4º lugar, atrás de um partido, fundado por dois irmãos (agora desavindos), dando pelo nome de JPP (Juntos Pelo Povo), que subiu de três para cinco representantes, mas passou despercebido no desfile mediático.

Quanto a Miguel Albuquerque, cuja lista, por um deputado, não alcançou a maioria absoluta, e Luís Montenegro, que se colou à vitória que ele realmente teve, ficaram com um amargo de boca que já não cabe na Nota de hoje.

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