O campeonato do mundo do catar findou no domingo, parabéns aos vencedores, trouxe, todavia, à memória, pelos menos aos mais velhos, o malogrado mundial do longínquo ano de 1986, realizado no México.
Nesse mundial a participação da seleção portuguesa fora um descalabro após o primeiro jogo. Os jogadores ou parte deles insurgiram-se contra os então responsáveis da federação apresentando várias reivindicações. O resultado é consabido. A seleção não fora apurada para a fase seguinte e trouxe uma imagem maculada por falta de responsabilidade.
Embora a seleção portuguesa tenha chegado até aos quartos de final no mundial findo, ao grupo restrito das oito melhores, o certo é que baqueou contra a seleção de Marrocos, deixando uma imagem muito aquém do expectável.
Na verdade, para quem se apresentara como candidato ao ceptro maior, o objetivo não foi conseguido. Porém, ficou a perceção, pelo menos para mim, que nem treinador de bancada sou, a seleção portuguesa de futebol compreende a melhor geração de sempre. Tem, segundo a generalidade da opinião avalizada, dois jogadores com a mesma qualidade para a mesma posição.
Por isso, há uma pergunta que se impõe fazer: por que razão não chegou a nossa seleção mais longe na competição? Há distância e com o olhar de leigo, mas de quem pensa pela própria cabeça, foram comportamentos e atitudes erróneos, pelo menos os conhecidos do público, que dificilmente poderiam contribuir para que a seleção lusa vencesse o mundial.
Ora, a lição que deverá ser retida é de que não basta ter os ovos para fazer uma boa omelete. Ou, arrepiamos caminho, colocando o objetivo coletivo acima dos caprichos e complexos individuais. Ou, então, seremos sempre uma nação irrelevante, neste e noutros campos, que de vez em quando lá sobressai.