Eduardo Cabrita, a quem eu vou chamando ‘futuro ex-ministro da Administração Interna’, enquanto não perder a esperança de ver António Costa pôr os interesses do país acima da sua amizade por ele, informou o Parlamento de que a PPP da rede de comunicações de emergência conhecida como SIRESP, termina em 30 de Junho e não será renovada, pois já é uma rede inteiramente detida pelo Estado. No entanto, continuará a ir ao mercado para contratar prestadores de serviços privados. Para não haver desamparo durante os fogos de Verão, Cabrita queria prorrogar o contrato com a Altice por 6 meses, mas esta só aceitou a prorrogação por 18 meses. Entendido. Só é um bocadinho incompreensível por que motivo o Estado aceitou o final Junho para termo do contrato, em plena época dos fogos florestais. A Altice há-de agradecer o descuido.
Depois de nos envergonhar a todos no caso do Crime no Aeroporto, a solução de Cabrita para o SEF ainda vai dar que falar. O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, passa a chamar-se Serviço de Estrangeiros e Asilo e perde as suas competências policiais. A vigilância das fronteiras passa para a PSP e a GNR (ainda sobra alguma coisa para a PJ) e o Instituto de Registos e Notariado fica com os passaportes. Vai dar uma trapalhada.
A última nódoa que Cabrita pôs no Governo é um despacho apontado ao concelho de Odemira e que reza assim: “É decretada a requisição temporária, por motivos de urgência e de interesse público e nacional, da totalidade dos imóveis e dos direitos a eles inerentes que compõem o empreendimento “ZMar Eco Experience””. Parece que o futuro ex-ministro já pensa “clarificar” o despacho, excluindo do golpe as casas que são primeiras habitações. Penso que clarificar não é a palavra certa. O despacho é muito claro até. Trata-se de “emendar” o erro, ou melhor, o abuso. Mas Cabrita não tem emenda.