Preparemo-nos. Amanhã a AR tem um dia cheio e que merece a atenção de todos os portugueses. Por um lado, é amanhã que se discutem e votam os projectos de lei do PS, do BE e do Livre, sobre nomes sexualmente neutros no registo civil e a possibilidade de o Cartão de Cidadão ser assexuado. Por outro lado, na Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão da TAP, serão ouvidos o ex-adjunto do ministro João Galamba e, logo a seguir, a sua chefe de gabinete. Na quinta-feira, será o próprio ministro das Infraestruturas, o tal que considera ter muitíssimas condições para se manter no cargo, a responder às dúvidas da Comissão.
Por esclarecer, principalmente, as contradições já encontradas nas versões conhecidas das personagens desta novela. É preciso saber, por exemplo, quem chamou o SIS para recuperar o computador de Frederico Pinheiro, o adjunto demitido pelo ministro, e com que legitimidade; e por que razão o SIS acedeu a intervir no caso. Também, quanto às notas da reunião de 17 de Janeiro, onde a ex-CEO da TAP terá sido ‘treinada’ para responder na Comissão de Economia, as versões do ministro e do seu adjunto são incompatíveis: Galamba afirma ter despedido o adjunto por este não disponibilizar as suas notas, Frederico Pinheiro acusa o ministro de querer impedir a divulgação das mesmas.
Anda, pois, o país entretido com estas trapalhadas, evitando a maçada de discutir os problemas que verdadeiramente lhe deveriam importar: por exemplo, porque é que se prevê, por um lado, que Portugal tenha um crescimento superior à média europeia e, ao mesmo tempo, que o país será ultrapassado pela Roménia em riqueza per capita.
