Para os racionalistas a ciência traz à luz os caminhos do certo e do errado. Depois vêm os outros, aqueles que acreditam nos rumores e os que acreditam em tudo. Porventura sejam estes os grupos que constituem a maioria das sociedades. Por essa razão, poderão os tempos que se avizinham tornarem-se imprevisíveis e qualquer incompreensão da turba poderá resultar em conflito.
A pandemia trouxe à vida da maioria das pessoas constrangimentos de todo o tipo. As liberdades e os direitos foram esmagados, o desemprego aumentou e o futuro para a maioria das pessoas tornou-se o presente. Como podemos safar-nos disto. O presente significa hoje em dia o fugir do vírus da melhor maneira possível. Claro que há os otimistas, que acham que nada lhes acontece.
Na verdade, o tempo atual se não for devidamente mediado por uma comunicação social isenta e por uma oposição política atenta e responsável, poderemos encontrar uma sociedade pós pandemia mais desequilibrada onde o Estado se substituirá à iniciativa das pessoas. Os pobres serão mais e ainda mais pobres, como os ricos serão menos e mais poderosos.
Ora, uma sociedade dirigida, maioritariamente, pelo Estado, tenderá a definhar na sua iniciativa, como, também, perderá a maioria dos direitos e das liberdades. Há muitos exemplos a não muitos quilómetros daqui. Basta, por isso, pensar no que acontecera na Bielorrússia a propósito do avião desviado que transportava um dissidente. E, não há muitos anos a Alemanha estava divida em duas. Uma livre e democrática, a outra, embora fosse designada de democrática, era aliada do antigo bloco de leste de inspiração comunista. Estejamos, sobretudo aqueles que acreditam na bondade das liberdades, muito atentos à realidade que nos rodeia. Há coisas que se perdem e que demoram muito tempo a ser reconquistadas.