O ano de 2022 terminou e não deixa saudades. A guerra da Ucrânia trouxe medos e receios ao mundo ocidental, que julgávamos afastados do nosso quotidiano. O armistício da segunda grande guerra ocorrera há quase oito décadas.
Na verdade, o devir da história ensina-nos que os conflitos mais ou menos generalizados, não só são possíveis, como, também, são frequentes. Isto é, nada está garantido. Quando nada leva a crer lá temos uma catástrofe natural ou uma guerra.
Aparentemente, do nada as coisas surgem. Mas não significa que nos votemos à nossa sorte. É necessário a construção de respostas fortes e adequadas para atenuarmos os riscos de um mundo cada vez mais complexo.
A pandemia e a guerra trouxeram a inflação, subida generalizada dos preços, e o aumento significativo das taxas de juro. É uma realidade que afeta sobretudo os mais desprotegidos. Metade da população portuguesa é considerada pobre se não forem consideradas as ajudas sociais, é um péssimo sinal.
Só sairemos deste desastre social com crescimento económico e através de uma melhor redistribuição da riqueza. Não acredito, no entanto, que nos próximos anos esta realidade deixe de subsistir. A população está cada vez mais envelhecida e os mais novos e mais qualificados obrigados a emigrarem à procura de melhor qualidade de vida.
Por isso, não consigo estar otimista quanto ao nosso futuro coletivo. Há, todavia, quem ganhe com esta realidade e vá aproveitando das debilidades sociais e institucionais para fazer negociatas que não criam riqueza coletiva alguma. Pelo marasmo social que perceciono, não antevejo saída possível para a atual conjuntura. Se estiver enganado virei aqui pedir desculpa.