A maioria da audiência da DianaFM poderá considerar bastante razoável a crença de que as mulheres têm genitais femininos e órgãos reprodutores como ovários e útero. A maioria das pessoas também aceitará que as mulheres têm, em geral, menos força física do que os homens, embora haja muitas mulheres mais fortes que muitos homens, é claro.
Pois, conta-nos o MailOnline, de 7 de Julho, que uma finalista de Direito da Universidade de Abertay, na Escócia, corre o risco de ser penalizada, ou mesmo expulsa, por ter dito estas banalidades, num seminário sobre “género e feminismo”, com a agravante de ter defendido a injustiça de as transmulheres (ou seja, almas de mulher em corpos de homem) combaterem nas artes marciais com mulheres nascidas mulheres.
Estarei eu a insinuar que a Universidade de Abertay não preza a liberdade de expressão? Era o que faltava. A direcção da Universidade nega que este caso tenha alguma coisa a ver com liberdade. O problema parece ser antes que, com este ataque aos homens que transitaram para o sexo feminino, Lisa Keogh pode ter ofendido o Código Disciplinar do Estudante, numa amplitude que pode ir de comportamento anti-social ligeiro a assédio grave a outros estudantes, que se terão sentido chocados com a sua transfobia.
Como expressou a porta-voz da Universidade: “para ser clara, todos os estudantes de Abertay são livres de expressarem os seus pontos de vista no campus universitário, desde que não o façam de forma intolerante e abusiva”.
Estou seguro de que, frequentando as aulas de cidadania da escola pública portuguesa, qualquer estudante dos nossos – e das nossas, claro – não causará qualquer tumulto em Abertay, em calhando a fazer por lá algum Erasmus.