A Doença Arterial Periférica (DAP) é uma patologia que atinge mais de 5% da população, aumentando para mais de 10% na população acima dos 70 anos, e que pode estar relacionada com graves complicações que podem culminar, por exemplo, em amputação de membro.
É, por isso, importante conhecer e saber detetar os sintomas desta doença, de modo a evitar complicações e condicionamentos no futuro.
A DAP é uma patologia que afeta não só as artérias dos membros inferiores, mas também outros territórios como as artérias do pescoço, cérebro ou coração. É o resultado da acumulação progressiva de placas de aterosclerose que causam um estreitamento das artérias e comprometem o aporte de sangue rico em oxigénio e nutrientes nos diferentes territórios do corpo. É uma patologia silenciosa até se manifestar, por exemplo, com um AVC, um enfarte agudo do miocárdio (“ataque cardíaco”), dor nos membros inferiores ou até mesmo gangrena nos pés.
Esta doença pode-se manifestar através dos seguintes sinais e sintomas:
A causa mais frequente para a DAP é a aterosclerose, uma doença inflamatória que provoca deposição de gordura, cálcio e outras substâncias na parede das artérias.
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de DAP são:
Outros fatores de risco conhecidos são:
A história clínica e o exame físico, complementado pela medição do índice tornozelo-braço, permitem fazer o diagnóstico da DAP. O índice em questão é um exame clínico que compara a pressão arterial nos braços e nas pernas, e que quando alterado indicia a presença de DAP. Contudo, há casos de falsos negativos, ou seja, valores normais em doentes com DAP. Isto acontece principalmente nos diabéticos e doentes renais crónicos devido à calcificação das artérias. O eco-doppler é um ótimo complemento de diagnóstico para qualquer cirurgião vascular, pois permite inferir uma futura abordagem cirúrgica se for o caso.
Para evitar o surgimento da DAP é importante fazer alguns ajustes no estilo de vida, já que só assim se conseguirá manter os vasos sanguíneos saudáveis por mais tempo. Assim sendo é importante:
Além disso, uma alimentação equilibrada pode fazer a diferença.
Existem diferentes tipos de medicamentos que podem ser usados no controlo da DAP como por exemplo, estatinas (para redução de colesterol no sangue), anti-hipertensores (para controlo da tensão arterial) e antiagregantes (p. ex., aspirina), ou até mesmo, anticoagulantes para ajudar a evitar oclusões arteriais.
O exercício físico é particularmente importante nesta doença, pois não só tem um papel na sua prevenção, como também no tratamento, nomeadamente na claudicação intermitente, uma vez que ajuda a estimular a circulação colateral. As caminhadas diárias são o tipo de exercício mais frequentemente recomendado nos doentes com DAP. No caso dos quadros mais severos, a solução pode passar pela cirurgia vascular.
Quando existem suspeitas de DAP, o mais indicado é procurar um especialista para realizar o diagnóstico e o devido tratamento. Nesse sentido, o mais recomendável é procurar um cirurgião vascular. Quanto mais cedo for, melhor será o resultado, evitando situações mais graves que comprometam a qualidade de vida do doente.