Através da Síntese Estatística do Emprego Público a DGAEP (Direção-Geral da Administração e do Emprego Público) divulgou os dados do emprego público respeitantes ao primeiro trimestre de 2023.
Neste primeiro trimestre o emprego no setor das administrações públicas atingiu um novo máximo histórico, 745 642 postos de trabalho.
Desde 2015, ano em que António Costa assumiu a governação do país, que o crescimento do emprego público tem sido uma tendência.
Em 31 de dezembro de 2015 a síntese estatística da DGAEP reportava-nos que o emprego público representava 659 138 postos de trabalho, no entretanto, verificou-se um crescimento de 86 504 empregos públicos.
Mas este constante crescimento do emprego público, à razão de mais de 10 000 ao ano, não consegue resolver os problemas de profissionais em áreas chave da administração pública.
Diariamente a comunicação social nos informa da falta de médicos, de enfermeiros, de professores e da dificuldade da administração em conseguir recrutar em áreas onde a disputa por profissionais é elevada, nomeadamente quadros técnicos especializados.
Para mais, hoje a administração pública possui muitos serviços contratados em outsourcing (limpeza, refeitórios, segurança e vigilância, prestadores de serviços na área da saúde, etc) o que, num certo sentido, gerou redução de recursos humanos nos organismos públicos.
Também a informatização dos serviços tem originado maior eficiência no trabalho e, naturalmente, também uma expectativa de redução de recursos.
Mas, ao invés vamos assistindo a um permanente aumento do emprego público, para o qual não haverá uma justificação simples, mas que ainda que esteja sempre a aumentar parece ser sempre insuficiente. Algo que é próprio no setor público. Por mais que sejam disponibilizados recursos parece que são sempre escassos e incapazes para uma resposta às necessidades. Provavelmente será um problema de cultura da administração. Mas a resposta não devia acontecer por via do constante aumento do emprego público, mas sim através de maior planeamento e organização.
Mas o sentido é o de aumentar de forma significativa o emprego público, porque é esse o caminho que os Executivos de António Costa escolheram, e agora não conseguem parar o ritmo de contratação que imprimiram, razão porque o emprego público não pára de aumentar e, certamente, continuará ao ritmo que temos vindo a assistir.
Como em tudo, é uma questão de escolha. E a opção tem sido essa.
Até para a semana
Rui Mendes