Viva
Esta semana, ABRIL impõe-se.
Como quase todos os anos, mais uma vez voltei a descer a Avenida da Liberdade, sempre na melhor das companhias, com gente boa, gente LIVRE.
Viver ABRIL continua a ser a celebração das liberdades, liberdades que cada vez mais prezo. E esta é a razão por que sempre me vinculei a combates onde os fundamentos permanecem para além da relativização das ações.
Hoje, viver ABRIL é manter vivos ideais em que nunca deixei de acreditar; onde todas as lutas têm vitórias e reveses, em que a subversão dos pensamentos continua a ser imprescindível, marcando os objetivos.
Levar ABRIL à Europa e consolidá-lo, por cá, tornou-se um combate onde pretendo investir parte das minhas energias pois, ninguém nos dá a democracia, esta tem de ser construída e ganha. A democracia dá muito trabalho, não pode ser dada por adquirida.
Sei que as diversidades nos enriquecem, que a justiça e a igualdade são possíveis e que as discriminações devem terminar; sei da urgência de um 25 de abril para a Europa, onde os populismos e as ideologias fascizantes se têm vindo a impor e a chamar a si os mais desatentos.
Sou europeia e não quero deixar de o ser. Quero participar na construção de uma Europa democrática, igualitária, solidária e transnacional onde os Direitos Humanos sejam o pilar das sociedades. Numa Europa onde as práticas organizativas possuam, como eixo central, o respeito pelas diferenças sejam elas étnicas, económicas, religiosas ou sexuais.
Admiro gentes de livres pensamentos, de pensamentos descomprometidos, mas credíveis.
Estou ciente que, com o implementar deste espaço político alternativo, todos ficaremos a ganhar.
Acreditem ou não, e eu acredito, só com uma verdadeira união entres as esquerdas democráticas, se conseguirá por travão a experimentalismos totalitários, impossíveis de serem aceites por quem acredita na Humanidade. Esta espécie de civilidade caduca consentida, é hoje reguladora de algumas sociedades suportadas pela marginalização, pelas exclusões e pelas discriminações.
Mas as sociedades movem-se e as políticas e os políticos, têm de as saber acompanhar. Precisamos legitimar intervenções alternativas. Os discursos passados que, em boa-hora, pensámos terminados, reaparecem tentando validar ideologias, ratificando transgressões. Estes movimentos tentam jogar com o descontentamento, mas esgotam-se no tempo. Se algumas soberanias, ou alguns políticos, continuam a apostar nas humilhações económicas, sociais e políticas dificultando o consolidar de algumas liberdades adiadas, cabe à esquerda desmistificar estes comportamentos fazendo passar mensagens que transmitam esperança e confiança no futuro. Políticas fascizantes, desrespeitadoras, ditatoriais e populistas agregam os descontentamentos e perpetuam a falta de liberdades. Os crescentes populismos mais não são que uma forma de ludibriar desagrados, por quem só pretende o poder.
Não é possível enganar todos, o tempo todo.
A resistência à mudança ainda é apanágio de alguns.
Sou realista, não sonho com o impossível, mas sei que o futuro está a passar por aqui.
No entanto, continuam a existir várias urgências humanitárias à espera de resolução, mas agora, somos livres de o dizer e de nos fazermos ouvir. É preciso falar verdade e não utilizar os meios de propaganda com o simples objetivo de aniquilar o outro.
O meu sonho lírico das liberdades e das igualdades continua vivo, é preciso continuar a sonhar.
É preciso e necessário manter ABRIL presente.
Saudações LIVRE’s
Até para a semana