O país está alagado no sentido literal em virtude da muita chuva que nos tem assolado nos últimos dias, após anos de seca. No que toca ao sentido metafórico do termo o “alagamento” é preocupante, pois os escândalos somam-se uns atrás dos outros.
Na verdade, o país ainda está combalido devido a eliminação da seleção no mundial do catar, por isso, talvez ande com a atenção desviada. Há, todavia, coisas a sucederem na vida coletiva que nos devem alertar.
Voltando ao alagamento metafórico, na última semana soubemos que o ministério da defesa anda, novamente, em apuros. Para além dos aspetos da competência da justiça, alegadamente, o ministro da defesa anterior teve conhecimento, no menos, de parte das irregularidades praticadas por um alto quadro desse ministério.
Ora, a ser verdade que o Senhor ministro conhecia os factos ilegais imputados a esse alto quadro antes de o nomear, não poderá deixar de haver consequências políticas. Não se trata de moralismos baratos, quem é que ainda não prevaricou que “atire a primeira pedra”. Rrata-se, porém, de higienizar o sistema.
Se os factos censuráveis passam a ser do conhecimento geral, não poderá deixar de haver consequências sob pena de se criar um quadro social de impunidade. Situações como aquela que agora se descreve são o “fertilizante” ideal para o aparecimento dos populismos e, no limite, das ditaduras. A história, infelizmente, tem vários exemplos como é que os regimes ditatoriais surgiram.
Descendo às questões do nosso concelho não posso deixar de felicitar o executivo camarário e todos aqueles que contribuíram para a atribuição de capital europeia da cultura no ano 2027. Os ganhos serão significativos ao nível do prestígio da nossa cidade, bem como ao nível dos tão importantes aspetos financeiros.
Contudo, não é admissível, nem aceitável que o pavimento da via rodoviária que serve a cidade continue no estado em que encontra atualmente. E não colhem as justificações esfarrapadas que o mau tempo dos últimos dias é a causa. A situação, infelizmente, tem anos e são muitas as estradas, as avenidas e as ruas que apresentam buracos. A circulação automóvel em Évora era difícil, está, com efeito, a tornar-se caótica. É esta a imagem que queremos da nossa cidade? Eu não quero!
