O senhor Eduardo sai de casa e não se dá ao trabalho de fechar a porta da rua. Pouco depois, um amigo do alheio repara no facto e trata de se amanhar com os pertences mais valiosos do senhor Eduardo. Apontemos responsabilidades. É fácil de ver o larápio como o principal responsável. Mas, será o único? Aceitará a seguradora a total falta de responsabilidade do desleixado dono da casa? Não deveria ele ter antecipado que, deixando a porta aberta, a probabilidade de ter a casa invadida e os bens surripiados aumentaria substancialmente? Não poderíamos nós desconfiar de que o dono da casa quis facilitar o assalto?
Ana Catarina Mendes, presidente da bancada parlamentar do PS, ontem na televisão, mostrou-se completamente ao lado do senhor Eduardo. No que toca aos incidentes leoninos, os culpados foram, na sua opinião, os elementos violentos e desrespeitadores das regras anti-pandémicas, ponto. O senhor Eduardo, a quem chamo sempre futuro ex-ministro da Administração Interna, pode deixar a porta escancarada, que ela, Ana Catarina, haverá sempre de exigir ao povo a perfeição ética, do comportamento exemplar, que torna desnecessária a intervenção – e mesmo a existência – de polícias e até… de ministro da Administração Interna.
O que é certo é que estou na dúvida sobre a teoria da conspiração que devo adoptar. Que acham? Terá sido o director nacional da PSP que decidiu comprometer Cabrita ou foi Cabrita que aproveitou a ocasião para tentar ver-se livre de Magina da Silva? Ou foi Fernando Medina que…