O jornal Público, tem uma pequena secção a que chama Escrita na Pedra, com uma frase a que poderia chamar ‘de proveito e exemplo’ e outra em destaque na actualidade. Hoje, uma das frases é de Martin Luther King e diz que “temos de aprender a viver como irmãos ou morreremos todos como loucos”, frase adequada a um Nobel da Paz, mas que me deixa uma dúvida fundamental: o pastor King estava num dia mais optimista e dado a acreditar na utópica amizade do lobo e do cordeiro, ou estaria numa onda de extremo pessimismo, pronto a pregar a iminência do Apocalipse?
Já Marcelo, no seu magnífico discurso de domingo, é mais comedido no seu apelo: evitem-se as oposições extremas e as roturas, envidem-se esforços para compreender os que pensam e sentem diferente de nós, encontremos um rumo, de mínimo consenso, para esta nave chamada Portugal.
A outra frase do Público de hoje, é de Ursula Von der Leyen, sobre a humilhação que se deixou sofrer na Turquia, e que ficou conhecida como “sofágate”: “senti-me magoada, sozinha, como mulher e como europeia”. Como já tive ocasião de dizer, da Presidente da Comissão Europeia esperava-se outra reacção, que não a assumpção do papel de vítima passiva e indefesa, maltratada pelo turco misógino e pelo repugnante Charles Michel, que ontem, ouvido também no Parlamento Europeu, se declarou arrependido sem ter, no entanto, a decência mínima de se demitir.
