Hospital Central do Alentejo adiado para 2026, porque faltam verbas para expropriações

Crónica de Opinião
Sexta-feira, 20 Setembro 2024
Hospital Central do Alentejo adiado para 2026, porque faltam verbas para expropriações
  • Carlos André

A novela da inauguração do Hospital Central do Alentejo continua, agora com novo adiamento para 2026, porque faltam verbas para as expropriações.
A autarquia eborense está há vários meses à espera de uma decisão do executivo para poder avançar com as notificações aos proprietários para os informar de que os seus terrenos serão expropriados para permitir a construção das acessibilidades ao novo hospital. O valor apurado para as expropriações ronda os 450 mil euros e cabe agora ao Governo financiar a obra, orçamentada em 11,5 milhões de euros. O acesso terá cerca de 2 km com quatro faixas, duas em cada sentido. Recordo que a construção deste hospital já foi objecto de uma auditoria do Tribunal de Contas, devido a um diferendo com o empreiteiro, que reclamou mais dinheiro para a conclusão da obra, inicialmente orçada em cerca de 150 milhões de euros, mas que já aumentou para cerca de 205 milhões.
O anterior Governo chegou a prever que o hospital ficaria pronto em 2024, depois, o actual executivo, admitiu que seria só em 2025 e agora já assume que será no primeiro trimestre de 2026 na melhor das hipóteses.
O projecto do novo Hospital Central do Alentejo prevê 457 camas com mais de 30 especialidades, 11 salas operatórias e 43 postos de recobro. Irá servir 150 mil habitantes do distrito de Évora e cerca de 440 mil em todo o Alentejo.
Em Junho, o primeiro-ministro anunciou que o Estado iria disponibilizar um terreno de 75 hectares próximo do futuro Hospital para a Universidade de Évora construir o seu futuro Pólo de Saúde. O objectivo é integrar a Escola Superior de Enfermagem São João de Deus e a Escola de Saúde com o novo hospital. Esse edifício acolherá também o futuro curso de Medicina, como foi anunciado por Luís Montenegro na festa do PSD no Pontal em Agosto, onde desejou avançar com esta especialidade em Évora e em Trás-os-Montes para formar mais médicos no país.
Com a conclusão do novo hospital a arrastar-se, esperamos que o destino do curso de medicina em Évora não passe de uma promessa até porque os interesses são muitos e a acreditação final pode ser demorada porque depende de vários pareceres incluindo da Ordem dos Médicos.
Os investimentos na região são sempre escassos e complicados na sua realização: infelizmente este é o preço a pagar quando o impacto eleitoral é reduzido. No dia 15 de Setembro completaram-se 45 anos da criação do SNS e seria uma bela prenda para o Alentejo ter um Hospital Central juntamente com um curso de Medicina atraindo médicos para o interior. Ficamos a aguardar pela concretização das promessas. O Alentejo merece e precisa.

Até para a semana.

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