Imigração descontrolada um desafio para todos

Crónica de Opinião
Segunda-feira, 30 Setembro 2024
Imigração descontrolada um desafio para todos
  • André Miguel António

A imigração sempre foi um tema sensível e, hoje, mais do que nunca, está no centro das preocupações de muitos portugueses. No entanto, temos de ser realistas ao abordar o assunto. A manifestação contra a imigração descontrolada, organizada ontem pelo partido Chega, reflete um sentimento crescente de que a gestão das fronteiras e das entradas no nosso país está fora de controlo.
De um lado, há quem veja a imigração como uma oportunidade, um meio de compensar o envelhecimento da nossa população e revitalizar sectores onde a mão-de-obra nacional escasseia. Afinal, muitos dos imigrantes contribuem de forma substancial para a nossa economia, trabalhando em áreas como a agricultura, construção civil e até em serviços essenciais. Mas não podemos ignorar que, do outro lado, existe uma inquietação legítima sobre a pressão que este fenómeno exerce nos serviços públicos, especialmente na saúde, habitação e segurança social.
A questão não está em rejeitar quem vem procurar uma vida melhor, mas sim em gerir de forma eficaz e responsável as entradas e assegurar que Portugal tem capacidade de integrar estas pessoas sem comprometer o bem-estar da população que cá vive. Um Estado que falha nessa gestão cria descontentamento, tanto entre os cidadãos nativos quanto entre os imigrantes, que, por vezes, são forçados a viver em condições sub-humanas, marginalizados pela falta de um planeamento eficaz.
Neste equilíbrio, temos de ser realistas. A imigração não pode ser desordenada, nem pode ser ignorada. É necessário reforçar a fiscalização nas fronteiras, repensar as políticas de acolhimento e garantir que aqueles que chegam ao nosso país o fazem de forma legal e segura. Porque, no final, a imigração descontrolada não serve a ninguém: nem aos portugueses, nem aos imigrantes, nem ao próprio futuro do País.

Temos o dever de cuidar dos nossos, mas também de ser justos e humanos com os outros. Contudo, a imigração deve ser regulada, gerida com inteligência e, acima de tudo, pensada para o bem de todos os que partilham este território. É tempo de Portugal repensar o seu papel e a sua política migratória com cabeça, mas também com coração.

Até para a semana

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