Temos, em Portugal, um Governo que reconhece que a falta de habitação a preços comportáveis para as famílias é um dos principais problemas do país. Seria de esperar que, após anos a reconhecer este problema, que só se tem agravado, fossem planeadas medidas estruturais e outras de emergência que dessem uma forte resposta, não seria?
Era bom, mas o Governo do Partido Socialista já demonstrou que não está disponível para responder seriamente pelas pessoas e pelas suas necessidades, insistindo em receitas que não resolvem absolutamente nada.
O Programa Mais Habitação e a sua última atualização, demonstram que o Governo não tem coragem de enfrentar a banca que, com esta chamada crise, já registou lucros de dois mil milhões de euros só no primeiro semestre de 2023.
Apresentar uma proposta em que o dinheiro dos nossos impostos subsidia uma parte dos juros e em que existe apenas um adiamento das prestações, não resolve nada. Ficámos a saber que todos os juros que permitirão uma prestação ligeiramente mais baixa agora, serão pagos integralmente daqui a 4 anos. A Banca não perde um tostão, e os devedores vão ter de pagar todo a dúvida acumulada a somar à sua prestação habitual.
Necessitávamos de um pacto mais ambicioso que obrigasse os bancos a baixar as prestações por conta dos seus lucros, impor tetos às rendas (de acordo com a localização e tipologia do imóvel), travar a especulação com o fim dos vistos gold e o regime dos residentes não habituais, e que fosse apresentada uma política de verdadeiro investimento público que reforçasse rapidamente o parque público habitacional.
Estas seriam medidas que contribuiriam, efetivamente, para inverter a escalada dos preços das casas.
Mas se a maioria absoluta não ouve o povo, então o povo sairá à rua. No próximo dia 30 de setembro, por todo o país, existirão manifestações pelo direito à habitação. Lá estarei!
Casas para Viver. Não abdicamos!
Até para a semana.