Sexta-feira passada, um novo ataque terrorista, reivindicado pelo Estado Islâmico, sobressaltou Londres. Tal como a história nos é contada, suspeito que vai favorecer imenso o partido conservador nas eleições que se avizinham. Se não, vejamos:
Usman Khan, foi condenado por terrorismo em 2012 e o juiz achou-o tão perigoso que lhe aplicou uma pena mínima de 8 anos, podendo ser prolongada indefinidamente se continuasse a ser uma ameaça. Em 2013, num recurso, Khan obteve uma pena fixa de 16 anos e portou-se exemplarmente na prisão. Segundo o seu advogado contou ao jornal The Guardian, Usman Khan estava tão decidido a mudar de vida, que pediu várias vezes para lhe arranjarem alguém que o ajudasse a desradicalizar-se, imagine-se. Saiu da prisão, aparentemente em licença precária, ao fim de 6 anos. A lei em vigor na altura da sua condenação era de 2008, de um governo trabalhista, e previa a libertação automática a meio da pena.
Mas o mais extraordinário é que Usman Khan, foi convidado pelo Instituto de Criminologia da Universidade de Cambridge para estar presente na conferência onde, puxando de facas, matou duas pessoas e feriu três, antes de ser apanhado por populares, que o desarmaram, e morto pela polícia por vestir um colete-bomba, felizmente falso.
Para colorir o guião deste autêntico filme de acção, um dos corajosos cidadãos que desarmaram Khan era, ele próprio, um ex-condenado por homicídio e também convidado da Universidade. Melhor, o pai do coordenador da conferência, por sinal uma das vítimas mortais do atentado, pediu a Boris Johnson para não se servir do acontecido para fins eleitorais, mas este já acusou os trabalhistas e prometeu acabar com a libertação fácil de terroristas. Pois, nestas coisas convém não facilitar.