Medidas governativas para apoiar as famílias com empréstimos

Sexta-feira, 22 Setembro 2023
Medidas governativas para apoiar as famílias com empréstimos

A inflação que se dizia que seria temporária afinal tornou-se resistente ao tempo, continuando em níveis altos, pese embora as sucessivas subidas das taxas de juro diretoras por parte do BCE como forma de combater a inflação.
É certo que estas constantes subidas das taxas de juro criam os seus efeitos nos orçamentos das famílias e das empresas, particularmente naqueles que se encontram a suportar empréstimos.
Concordamos que é de primeira importância o combate da inflação, quer como forma de estabilizar a economia, quer para criar confiança, estimulando o investimento e promover o crescimento económico.
A taxa média anual de inflação em Portugal em 2022 fixou-se em 7,8%, a mais elevada desde 1992, em 2023 é previsível que se fixe em 5,2%, ainda assim demasiadamente alta se tivermos por referência o objetivo do BCE. Está visto que ainda permanecerá por muito tempo em níveis superiores ao pretendido.
Todos sentimos os seus efeitos. O aumento generalizado dos preços, a perda de poder de compra, o empobrecimento das famílias e a quebra no investimento por motivos de incerteza.
Neste sentido o combate à inflação terá que ser bem acolhido. Um combate que não permita que a inflação se prolongue no tempo com níveis elevados. Cremos acreditar que o nível de inflação que é o objetivo pretendido pelo BCE, taxa de inflação de 2% no médio prazo, será aquele que permitirá estabilizar a economia e dar a confiança aos agentes económicos e permitir ganhos de poder de compra por parte das famílias.
Mas ainda não estamos aí. E sentimos que a inflação não está a baixar conforme se esperava. Mais uma vez os otimismos exagerados voltaram a criar falsas expectativas.
Para aliviar um dos grupos que mais têm sido atingidos com o aumento das taxas de juros diretores pelo BCE, as famílias com crédito à habitação, o Governo apresentou ontem medidas para apoio às famílias.
Medidas que se resumem na redução e estabilização das prestações do crédito à habitação, no reforço à bonificação dos juros e no prolongamento da suspensão da comissão de reembolso antecipado.
Explicadas as medidas, ficamos cientes que são medidas de socorro, para quem não terá outro caminho senão aceitar prolongar no tempo os efeitos de uma inflação que, para estas famílias em particular, terão um período inflacionário que durará provavelmente mais de uma década. E é isto que lhes tem que ser dito.
O Governo tem, por assim dizer, uma malapata com um vasto conjunto de matérias, e dentro delas está a habitação. Ou não acerta pura e simplesmente, ou custa a acertar numa medida que seja.

Até para a semana

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com