A produção de energia solar fotovoltaica contribui para o combate à crise climática, descarbonizando o país, e contribuindo para a independência energética, mas a produção fotovoltaica não pode ser feita à custa da delapidação de vastas áreas de coberto vegetal e solos férteis que constituem sumidouros naturais de carbono, contribuindo para a degradação da biodiversidade, dos recursos hídricos e das condições adequadas para a agricultura sustentável.
A promoção obsessiva do investimento em megacentrais é um erro que está em dissonância com o resto da Europa, onde 65% da eletricidade de fonte solar é gerada localmente em pequenos projetos fotovoltaicos instalados em edifícios industriais, comerciais e residenciais. Em Portugal essa parte é de apenas 25%.
Infelizmente, continuamos a ver projetos de megacentrais a serem aprovados e ameaçar o nosso território. Às nossas portas, projetam-se, agora, duas grandes centrais fotovoltaicas na freguesia do Divor.
O projeto ameaça uma grande parte da paisagem rural da bacia do Divor. A seguir em frente, promoverá na zona a desflorestação, desmatamento e decapagem que provocarão impactos negativos nos solos, ‘habitats’ e flora, favorecendo o processo erosivo e danificando ecossistemas.
Uma petição pública foi lançada por um grupo de cidadãos e cidadãs, que merece o meu total apoio. Nesta petição alerta-se, ainda, para a ameaça que existe para o desenvolvimento assente nos recursos paisagísticos, patrimoniais e culturais desta zona.
É dever de todos os eborenses mobilizarem-se para defender o nosso território e as nossas valias ambientais, paisagísticas, culturais, patrimoniais e económicas. O combate à crise climática não é feito desta forma. Não pode ser!
Desafio os ouvintes da DianaFM a assinar a petição pública “JUNTOS PELO DIVOR – PAISAGEM E PATRIMÓNIO. Contra a instalação de megacentrais solares na freguesia da Graça do Divor” disponível em www.peticaopublica.pt
Até para a semana!