Hoje vamos no terceiro dia de luto nacional, pela morte do Jorge Sampaio. A unanimidade em torno das qualidades pessoais, éticas, cívicas e políticas do presidente sobre ele foram ditas, tenho algum pudor e repeti-las estabeleceu-se de tal maneira que, francamente, estando de acordo com muitas das coisas que sobre ele foram ditas, tenho algum pudor em repeti-las, não vá contribuir para um processo de beatificação em curso que, provavelmente, desagradaria ao próprio. Limito-me a sustentar que algumas figuras públicas de gabarito precisariam de nascer duas ou três vezes para serem tão sérias e autênticas como ele fez questão de ser.
Por isso me impressionou o contraste entre os encómios unânimes na comunicação social e a pouca afluência de povo nas cerimónias públicas.
Merece ainda referência, nesta primeira nota pré-outonal, a circunstância de vir a público, na semana que passou, que Jorge Sampaio e António Costa, numa ocasião, e Marcelo Rebelo de Sousa noutra, visitaram o restaurante onde trabalhava um dos iraquianos detidos por, alegadamente, serem terroristas/assassinos do Daesh, tendo com ele confraternizado. Isto, apesar da polícia judiciária já o manter sob vigilância. Como é possível tal ausência de coordenação entre polícia, serviços secretos e as seguranças de um primeiro-ministro, de um presidente e de um ex-presidente da República? Que pensarão os nossos aliados ao verem as fotografias destes convívios imprudentes?