Ontem a Comissão Técnica Independente (CTI), criada no ano passado por acordo entre o Governo e o PSD após o episódio proporcionado pelo ex-ministro Pedro Nuno Santos sobre o novo aeroporto, deu a conhecer a lista final de localizações para o novo aeroporto.
Num certo sentido, não houve surpresas.
A CTI entendeu manter as 5 possíveis opções identificadas pelo Executivo em 2022: Portela + Montijo, Montijo + Portela, Alcochete, Portela + Santarém e Santarém. A estas 5 opções adicionou mais outras 4: Portela + Alcochete, Pegões, Portela + Pegões e Rio Frio + Poceirão.
Percebe-se que o critério “chave” foi o da proximidade à capital, porque é evidente que o novo aeroporto será para servir Lisboa, daí a importância da proximidade e, também, do tempo de duração da viagem.
Das 7 possíveis localizações 5 ficam a sul do Tejo, e se retirarmos Portela (por ser a localização do aeroporto de Lisboa), apenas uma localização fica a norte do Tejo, Santarém, por sinal a localização que fica mais distante de Lisboa.
Não esqueçamos que, logo no início da governação de António Costa, a solução Portela + Montijo foi defendida e publicitada como a solução que seria adoptada. À data, o Governo apresentou esta solução como se estivesse devidamente estabilizada. Passados 8 anos estamos exatamente no mesmo sítio, ou seja, nada avançou. O que mostra a inércia que envolve a governação de António Costa. Nem um processo que vinha encaminhado/decidido do anterior governo António Costa conseguiu dar continuação.
Passados mais estes meses, o que se fez foi identificar mais um conjunto de localizações. Nada mais.
Não tem sido por falta de tempo que ainda não houve decisão sobre o novo aeroporto. Este processo tem 5 décadas. Parece acima de tudo haver medo de decidir, e por isso vai-se empurrando o problema. Só à conta dos Governos de António Costa o problema arrasta-se desde 2015 não se antevendo que no curto ou médio prazo surja qualquer decisão. Até porque, sabe-se bem que o Governo não se dá bem com as questões que envolvem a aviação.
