O retomar das crónicas na DianaFM coincide com o rescaldo eleitoral das eleições de domingo passado. Pessoalmente, não gostei nada do resultado nacional, muito menos do resultado regional e, em especial, o resultado no distrito de Évora.
O resultado nacional reforçou a votação da esquerda democrática e da esquerda radical, na percentagem de 60% da representatividade no parlamento. Os partidos de esquerda como já sabemos, pelos menos alguns nós, são muito generosos com a despesa publica e grande defensores das receitas elevadas. Esta posição não seria dramática se vivêssemos num lugar onde as máquinas de fazer dinheiro o emitissem sem regras. Acontece que esse lugar não existe e os credores querem sempre receber o dinheiro que emprestam.
Ora, a inexistência de reformas que visem a eficiência dos serviços públicos e a diminuição da despesa pública, se e quando formos afetados por uma qualquer crise económica lá teremos que pedir, novamente, a ajuda externa e os credores internacionais, por uma vez mais, virão explicar-nos como se fazem as coisas com pragmatismo e com realidade. É o nosso fado.
Relativamente, à falta de representatividade do centro direita no Alentejo em resultado da perda de mandatos em Évora, Beja e Portalegre, não é só uma questão partidária, é, sobretudo, uma questão politica, económica e social. O interior precisa de vozes que clamem bem alto as necessidades aqui vividas. A dramática falta de pessoas é geradora de falta de massa critica e, esta gera, fatalmente, falta de oportunidades em todas as áreas, mormente, na económica. A esquerda não fará qualquer reforma e o centro-direita está fora de jogo. Precisam-se, por isso, novos atores no centro-direita.