O Estado de Brunei Darussalam, é um pequeno país encravado na costa norte da ilha de Bornéu, na Malásia. Tem 300.000 habitantes e é governado por Hassanal Bolkiah, ao mesmo tempo sultão e primeiro-ministro, autoridade islâmica e ditador. Protectorado britânico até 1984, o Brunei tem abundantes reservas de petróleo e gás natural, que o colocam no top ten dos países com maior PIB per capita.
Ontem, entrou em vigor no Brunei um novo código penal, baseado na lei islâmica, a sharia, que, de acordo com um comunicado do gabinete do primeiro-ministro, vai ajudar a manter a paz e ordem, educar o povo e proteger os direitos legítimos de todos os indivíduos de qualquer raça e religião.
Tão nobres intuitos serão alcançados através de barbaridades do seguinte teor: pena de morte para a blasfémia, contra o profeta Maomé, e a apostasia, ou seja, o repúdio da fé islâmica; execução especial por apedrejamento no caso de crimes dados como especialmente hediondos, como a sodomia ou o adultério; açoitamento pela prática de aborto; corte de mão ou pé, pelo crime de roubo.
De referir que os não-muçulmanos – constituídos sobretudo por budistas e cristãos que, por junto, ainda são cerca de 30% da população – já estavam proibidos, desde 2014, de proselitismo, ou seja, de divulgar ensinamentos diferentes dos islâmicos.
Percebe-se que, em comparação, o Papa Francisco considere Marrocos um país islâmico moderado. Sugere-se boicote generalizado aos produtos e dirigentes do Brunei, que já se parecem demasiado com príncipes sauditas.