Tenho muito respeito pelo valor social dos infantários, mas Portugal mais parece um grande infantário no que toca ao tratamento dado pelos dirigentes políticos à generalidade dos portugueses.
Na verdade, o governo há duas semanas a esta esta parte, com o decretamento do estado de contingência, vem informando que o aumento das infeções motivado pela doença covid 19, será exponencial, chegando aos mil casos por dia.
Por isso, restringiu os contactos naquilo que são os ajuntamentos de pessoas, limitando o número a 10. Diminuiu o horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais, aqui colocando a decisão nos municípios. Condicionando também a venda de bebidas alcoólicas até às 20H00, fora dos estabelecimentos de restauração.
Não obstante entender a preocupação do governo em resultado do aumento verificado nas últimas semanas do número de casos, custa-me a entender a eficácia das medidas adotadas, porquanto, aparentemente, não há fiscalização eficaz. São disso exemplos a utilização dos transportes públicos, os aglomerados de pessoas à porta de muitos dos estabelecimentos escolares. No dia de ontem, pudemos assistir ao caos verificado no aeroporto da portela. Simplesmente, não foi respeitado o distanciamento social.
É certo que o combate mais eficaz à maldita pandemia que nos assolou, em muito estará condicionado pelo comportamento individual. Mas se não tivermos autoridades públicas a fazer uma comunicação eficaz e coerente, o resultado só poderá ser mau.
Por conseguinte, a comunicação deverá ser clara e inequívoca, como, também, deverá haver uma apertada fiscalização. A dúvida só gera comportamentos desviantes e o facilitismo será a regra.