Retomamos as crónicas semanais com o tema que mais preocupa e que mais assusta os portugueses, em particular aqueles que vivem no meio rural, porque será aí que mais é sentido o flagelo dos fogos florestais.
Deixamos assim em segundo plano a questão do orçamento de estado, por se resumir a uma matéria que já vai fartando os portugueses. É matéria que só vai servindo para entreter, e que se vai resumindo, por assim dizer, a um conjunto de faits-divers.
Sobre os fogos muito haverá a dizer, tendo esta semana sido bastante dura, quer pelas vidas que se perderam, quer para os que perderam os bens de uma vida, em particular as habitações, quer pela enormidade de área ardida, quer pelo património ambiental perdido, quer pelos prejuízos provocados.
Não interessa aqui apontar as zonas do país que mais foram atingidas. O que interessa é que o país empobreceu e obrigou os serviços de proteção e socorro a um enorme esforço para combater as sucessivas ocorrências.
Se por um lado o país deve reconhecer o trabalho que os corpos de bombeiro, GNR e demais membros da proteção civil fazem para combater os fogos florestais, para mais porque arriscam a sua própria vida para proteger pessoas e bens, por outro o país deve exigir que aqueles que provocam deliberadamente os fogos florestais, que são criminosos de alto risco, terá que lhes ser aplicado penas que apresentem uma moldura penal coincidente com o elevado grau de perigosidade que estes indivíduos representam para a sociedade, não podendo haver qualquer tipo de atenuantes.
Neste período mais recente foram detidos indivíduos, sendo estes presumíveis autores de fogo posto, sendo por isso acusados de crime de incêndio florestal.
O Governo já veio referir que para estes indivíduos haverá mão pesada. Esperemos que sim. Como esperamos não tornar a ouvir que o fogo posto tem origem em indivíduos que reincidem neste crime. Se assim for é a sociedade que falha, e muito em particular a justiça, desde logo porque a justiça deve ser célere, mas também, nesta matéria, deve ser o garante para que as pessoas sintam que estão protegidas, e esse trabalho é exigido quer ao legislador, quer a quem aplica a justiça. Esperemos que estes cumpram.
Até para a semana