Os culpados da crise

Nota à la Minuta
Sexta-feira, 29 Outubro 2021
Os culpados da crise
  • Alberto Magalhães

Levados por António Costa à beira suicídio, BE e PCP não resistiram ao impulso e, sem darem ouvidos à advertência do Presidente da República, de que, caso o OE fosse chumbado convocaria eleições, fiaram-se na percepção das suas hostes, dando o Governo como desgastado e possível convencer o país de que a culpa do chumbo era dos socialistas. Parecem agora arrependidos e tentam fugir de eleições, pedindo a Marcelo que dê a Costa a oportunidade de apresentar, de novo, um OE, ou seja, que lhes dê, a eles, a oportunidade de voltar atrás e de brincar à política.

António Costa tem culpa nesta crise? Claro que tem, quer quando cortou as pontes que Rio teimou construir com o Governo (e que agora teriam valido a abstenção do PSD), quer quando foi tirando, com uma mão, o que dera aos parceiros com a outra. Mas as culpas do primeiro-ministro são irrelevantes, perante a percepção generalizada da culpa da extrema-esquerda. Já ontem se viu o desfilar televisivo das benesses que o povo deixará de usufruir por culpa dela, mesmo sabendo-se que muitas só foram inscritas no orçamento mercê dos seus esforços negociais. Daqui até às eleições será um massacre, em busca da maioria absoluta.

Curiosamente, depois de se colocarem no lugar de bodes expiatórios, alguns geringonceiros tentaram atirar parte da culpa para o Presidente da República. Porque terá anunciado antes de tempo a dissolução do Parlamento. Antes deviam agradecer-lhe. Porque os avisou atempadamente das consequências do seu voto. Se há quem tenha razão de queixa de Marcelo é Rui Rio, já que ao receber Paulo Rangel, em “visita de cortesia”, se intrometeu descaradamente na vida interna do PSD, com grande falta de cortesia para com Rio.

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